Polícia
Pastor ligado ao CV e suspeito de extorquir empresas é preso
Pastor já havia sido foi preso em Betim (MG) transportando pistola e seis granadas artesanais
A Polícia Civil do Rio prendeu nesta quinta-feira, 27, um pastor - identificado como Cláudio Correa da Silva - que atuava como intermediador do Comando Vermelho para extorquir empresas no entorno da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio. De acordo com o governo, até o momento, três suspeitos foram presos.
Segundo a Polícia Civil, o líder religioso integra uma associação criminosa responsável por extorsões sistemáticas contra empresas que atuam na região. O pastor se apresentava como representante comunitário, impondo regras ditadas pelo chefe do tráfico. De acordo com as investigações, ele citava a proibição de permanência de caminhões nos pátios, imposição de contratação de moradores específicos, ligados aos traficantes, e oferta de "mediação" para evitar represálias.
O inquérito traz relatos de representantes empresariais, termos de declaração e atas do Ministério do Trabalho que demonstram que as empresas foram obrigadas a interromper suas atividades por diversos dias por ameaças feitas pelo grupo criminoso. A investigação da Polícia Civil identificou que sindicatos e associações de fachada vinham sendo instrumentalizados pelo tráfico para pressionar as empresas. Policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP), da Baixada Fluminense (DRE-BF) e da 60ª DP (Campos Elíseos) participaram da "Operação Refinaria Livre".
O grupo é liderado pelo chefe do tráfico de drogas na região, Joab da Conceição Silva, integrante do Comando Vermelho. Os policiais cumprem mandados de prisão temporária e de busca e apreensão.
Pastor já tinha sido preso com explosivos
No início deste mês, o pastor já havia sido foi preso em Betim (MG) durante a "Operação Aves de Rapina", transportando uma pistola e seis granadas artesanais, além de munições e valores em espécie. Ele admitiu ter levado os artefatos explosivos desde Duque de Caxias para realizar ações de intimidação e interrupção de serviços na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, a pretexto de atender a um "movimento grevista" organizado por sindicatos alinhados ao grupo criminoso. No veículo, também estava o presidente de uma associação de empresas de transporte de combustível.
Como funcionava o esquema na Reduc
De acordo com as investigações, as empresas instaladas na área industrial da Reduc eram forçadas a pagar valores mensais ao tráfico, sob ameaça de incêndio de caminhões, agressões a funcionários, interrupção violenta das atividades produtivas e impedimento de acesso às instalações industriais.
Segundo os policiais, integrantes da associação criminosa infiltravam-se em setores industriais, controlando ilegalmente processos de contratação, indicando candidatos sem qualificação, interferindo em processos seletivos, e cobrando vantagens indevidas em troca de vagas de emprego. O grupo também impunha a contratação de parentes e aliados do tráfico, "garantindo presença e controle direto dentro do polo industrial".
Entre os contratados identificados está a companheira de Joab. Ela ingressou na companhia poucos dias antes do ataque criminoso à 60ª Delegacia de Polícia ocorrido em fevereiro de 2025, ordenado e comandado por Joab da Conceição Silva, segundo a Polícia Civil.



